Largo dos Amores
AMORES
"A praça é do povo como o ceú é do condor." assim escreveu o grande poeta Castro Alves. - "A gente vai crescendo, e o tempo passa e nunca esquece a felicidade que encontrou . Sempre eu vou lembrar do nosso banco lá da praça, foi lá que começou o nosso amor." assim escreveu Carlos Imperial para a musica que Ronnie Von gravou.
BELO
Desde que aportei em Itapetininga, em 1994, me encantei pelo nome do LARGO DOS AMORES. Um romantico e carinhoso cognome dado a um logradouro. Para essa coluna na TOP, garimpei nas anotações dos amigos Alberto Isaac e José Luiz Nogueira e homenageio essa bonita praça de nossa Terra das Escolas.
NOMES
Foi denominada como Largo do Pelourinho em 1770 , Pateo da Cadeia em 1780 , Praça Marechal Deodoro da Fonseca desde 1889, LARGO DOS AMORES nos anos 50 e Praça dos Bancos em 2000.
PELOURINHO
O Pelourinho foi colocado no local onde é, atualmente, o Edifício Barão de Itapetininga. No dia 5 de novembro de 1770 foi feita a cerimônia de levantamento - presentes Simão Barbosa Franco, encarregado pela fundação da nova Villa, Salvador de Oliveira Leme, o Sarutayá, Domingos José Vieira e todos aqueles que povoavam a nova Villa, desmembrado da Villa de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. - Foi, lamentávelmente, por muito tempo, local de castigos cruéis e humilhações públicas. Os pelourinhos brasileiros não eram destinados apenas aos escravos, mas também a outros infratores da lei. Construídos de madeira ou pedra, eram considerados símbolos de autoridade e justiça.
ANTES
Já se chamou Praça José Soares Hungria – que foi alcaide entre 1909 e 1913 um dos primeiros da cidade - (hoje é nome de rua no Jardim Marabá) - O Largo era ladeado por estabelecimentos comerciais como bares , restaurantes, padarias, farmácia, confeitaria, joalheria, e barbearia, além de residências - Ornamentada pela principal agremiação da sociedade , o centenário Clube Venâncio Ayres e pela prefeitura da cidade, antigo prédio da cadeia pública.
EPONIMO
Passou, após a proclamação da República, a levar o nome de “Marechal Manuel Deodoro da Fonseca”, homenageando o autor do feito que aboliu o regime monárquico, vigente até 1889 no Brasil.
FOOTING
No Largo, a população de Itapetininga, nos diversos segmentos sociais, se reunia, (anos 50 e 60) principalmente nas noites enluaradas. Se constituía nos passeios dos jovens em três distintas alas. Rapazes em sentido contrário ao das moças, para se entreolharem e, quem sabe, sair dali acompanhado. Circulavam pelos arredores da fonte principal, no intuito de flertar discretamente.
ALAS
Na ala central, próxima a fonte, giravam em passos lentos e cadenciados as moçoilas, consideradas “da elite” - Na do meio , ocupada pelas jovens taxadas como classes médias e na terceira ala seguimento tido como dos mais modestos e menos aquinhoados!. Não se tratava de discriminação social e sim uma natural "segregação”. Todas em círculo iam e vinham sob os olhares dos rapazes e cavalheiros postados entre as filas , com o propósito de iniciar possíveis namoros.
CANÇÕES
Esse alegre passeio tinha o agradável som de melodias emitido de um alto falante, colocado no mais elevado prédio da cidade, o então edifício Guidugli. Músicas românticas, nas vozes de Carlos Galhardo, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Silvio Caldas, Francisco Alves, Emilçinha Borba, ou posteriormente Cascatinha e Nhãna ou Nelson Gonçalves...
SAFI
Serviço de Alto Falantes de Itapetininga. O estúdio ficava ao lado do antigo cine São José, onde atualmente tem uma agência do Banco do Brasil. Ainda não existia o edificio Barão. O alto falante ficava na esquina da Praça - Eram os anos 60.
CUPIDO
Foi palco para o início de aproximação dos jovens e posteriormente casamentos de milhares de itapetininganos ou pessoas de outras paragens, que lá se conheceram. Principal referência da cidade, abrigou e abriga grandes manifestações cívicas, religiosas, festejos carnavalescos e natalinos, além das inesquecíveis retretas de corporações musicais e da Banda Militar do 5º B. C. - Atualmente recebe, durante o reinado de Momo, o Festival do Boteco com comes e bebes, marchinhas, sambas, blocos e muita alegria ao povo.
POLITICAMENTE
Foram célebres os comícios políticos realizados no Largo, com presença de prestigiosos líderes como Eduardo Gomes, Armando Sales de Oliveira, General Lot, Juarez Távora, Carvalho Pinto, Jânio Quadros, Prestes Maia, Plínio Salgado, Ademar de Barros,Fernando Henrique, Lula e outros.
TESTEMUNHA
O Largo também assistiu valentes desta cidade e dos municípios vizinhos, em lutas corporais, com intervenção enérgica da polícia, sobre curiosos olhares dos frequentadores do local. Também viu, e continua vendo visitantes atraídos pelo “charme da Praça” e lá se entabulavam relações comerciais, resultando em negócios.
RESTAUROS
Recebeu roupagem nova em 1935, quando ficou conhecida por Largo dos Amores; em 1947 foi demolido o repuxo, espécie de fonte que esguichava água através da boca de leões de bronze, deixando apenas tapumes no lugar. - Em 1959 o prefeito Darci Vieira, construiu e inaugurou a Fonte Luminosa que funciona até os dias de hoje. - na administração do prefeito Aleixo, foi implantado o “Calçadão” e seu sucessor José Carlos Tardelli construiu e assim ela ficou por um bom tempo. - Com o tempo alguns estabelecimentos se transformaram. Vieram agências bancárias e a paisagem da praça foi se transformando
ATUAL
Em 2014, gestão de Luiz Di Fiori, a Praça passou por sua atual transformação. - Lá continua o magestoso predio do Clube Venancio Ayres (1888) - Também o Centro Cultural (1830), antiga Prefeitura, Camara e Cadeia Publica, continua enfeitando o Largo com sua importancia e beleza.